segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Conversa da treta



Conversa da Treta

Dois consagrados artistas, José Pedro Gomes e António Feio tiveram a astúcia, na linha daquilo que foi a antiga revista à portuguesa de caracterizar em “Conversa da Treta” o que são os hábitos e comportamentos dos portugueses.

A “Conversa da Treta” constituí um exemplar “chapéu” que assenta especialmente bem a certos políticos da nossa praça.

Assenta bem não só aos políticos já consagrados e rotinados na conversa da treta, cuja aplicação prática ao cidadão comum já pouco importa, como, também serve, até ao grande número de acólitos “Yes mens”, aprendizes e futuros políticos, sempre em crescendo na diminuição de qualidade.

A evolução é, de grandeza, inversamente proporcional entre o número e a qualidade.

Quanto maiores são os rebanhos de aprendizes na conversa da treta maior é a incompetência, e a incapacidade de qualquer pensamento ideológico próprio. Funcionam segundo os ditames de quem lhes dá orientações que, no fundo, é também quem os segura na permanência participativa da conversa da treta completamente improdutiva mas eficaz para os objectivos próprios dos conversadores.

Entre os actores políticos da conversa da treta e os actores José Pedro Gomes e António Feio existe uma pequena diferença; é que aos primeiros o povo diz estar cansado de os ouvir e já afirma não os compreender; enquanto que aos segundos, ainda que falem de certa forma enigmaticamente, o povo compreende-os e gosta de os ouvir.

Mesmo assim, com esta concorrência, creio serem poucos os políticos a que me reporto que se preocupam e tentam inverterem os seus comportamentos. Muitos há que até já se fazem de desapercebidos e desentendidos com estas realidades. Andam palmilhando outra atmosfera planetária. São outros mundos a que pertencem que não o dos comuns cidadãos de quem apenas esperam o voto em períodos eleitorais.

Estão com sorte José Pedro Gomes, António Feio e outros, pois está-se a avizinhar um período que vai ser bastante fértil deste tipo de conversas.

Enfim desculpem lá esta conversa da treta, bem vistas as coisas ainda há um ou outro político que leva as coisas a sério, com rigor e honestidade.

O que os partidos devem debater são os comportamentos dos seus dirigentes e militantes face aos seus compromissos perante o eleitorado, face à boa administração da coisa pública. Se isso não for feito, internamente, de nada valerá qualquer debate que se faça em torno dos Bairros Administrativos em que o Estado Novo dividiu Lisboa ou se as secções do PS devem passar a ser cinco em vez das actuais dezassete.

in PS Lumiar

TEMAS: parlamento e partidos
Publicado por: EBranquinho
Comentário: A linguagem sempre fez o discurso, e ambos estão intrinsecamente ligados à logica do poder. Logo, o discurso político é muito importante, através dele vemos se, de facto, os objectivos dos políticos servem o bem comum, ou, ao invés, é o bem comum que os serve a eles.

0 Comentários:

Enviar um comentário

Subscrever Enviar feedback [Atom]

<< Página inicial

Site Meter
Site Meter