terça-feira, 30 de setembro de 2008

O CASO 'LISBOAGATE' E A CULTURA DA CUNHA


O CASO 'LISBOAGATE' E A CULTURA DA CUNHA



João Miguel Tavares


A cunha tem muito que se lhe diga. Toda a gente está disposta a condená-la e a apontá-la como uma das causas do atraso de Portugal, mas poucos, na prática, passam sem ela. Se Jesus, em vez de frequentar as terras de Israel, tivesse pregado nas margens do Tejo, teria dito à multidão em fúria: "Quem nunca meteu uma cunha que atire a primeira pedra." E aí todos baixariam a cabeça, começando pelos mais velhos, e iriam apedrejar para outra freguesia. É que a cunha não é um acto de corrupção, como enfiar notas na mão de um autarca. É, de forma bem mais cândida, driblar a máquina burocrática, pedir pequenos favores para o primo que é óptimo rapaz, tentar muitas vezes ajudar quem efectivamente precisa ou, como se diz na minha terra, ter um simples "olhamento".


Mas, claro, de cunhas bem-intencionadas está o inferno cheio. Veja-se o caso "Lisboagate". As primeiras notícias divulgadas pelo DN ainda vinham acompanhadas de um halo de santidade. Os abusos na atribuição de casas pela autarquia eram, afinal, justificados pelas melhores razões: do Presidente da República à esposa do primeiro-ministro, todos metiam cunhas e pediam casas, mas sempre a favor do pobrezinho desamparado. A cunha, boa parte das vezes, não beneficia directamente o próprio e é feita com o argumento de reparar uma injustiça. O problema é que, sem a existência de regras claras e justas, passa a haver uma espécie de fotogenia da pobreza: beneficiam aqueles que melhor comoverem os poderosos. Claro que atrás do pobre vem o motorista do Presidente que mora longe, coitado, e atrás do motorista vem a funcionária que se divorciou e não tem para onde ir, e atrás da funcionária vem o filho da funcionária, que também é filho de Deus.


A partir daí, nessa avalanche de cunhas e favores cabe tudo, e tudo se mistura. Quando o caso "Lisboagate" atinge um nome como o de Baptista-Bastos, é porque algo está podre no reino da Dinamarca. Numa breve troca de mails, Baptista-Bastos negou-me ter tido qualquer comportamento "reprovável" e eu não tenho qualquer razão para pôr em causa a sua verticalidade. Mas também não tenho dúvidas de que ele jamais deveria ter recorrido à câmara para conseguir uma casa. O escritor Baptista-Bastos, que já tanto deu a Lisboa, podia ter direito a ser ajudado numa altura de dificuldade, como parece ter sido o caso. O jornalista Baptista-Bastos, não. Porque pediu um favor ao poder autárquico. Porque auferiu de um privilégio vedado ao cidadão comum. Que alguém que sempre foi tão moralmente exigente nos seus artigos de imprensa não perceba isto faz-me confusão. Quem, como ele, acredita na nobreza do jornalismo, tem de reconhecer uma cunha quando a vê. E, sobretudo, deve reconhecê-la quando a mete.

Comentário: De facto, João Miguel Tavares tem razão acerca do que diz sobre a srª dona "cunha" e o escritor do lassinho, o sr. Armando Baptista Bastos - que também se terá socorrido da dona cunha para ter uma casinha neste Portugal dos pequeninos. E logo ele que é um poço de moralismo, tanto que até tresanda a, naturalmente, falso moralismo. Enfim, no melhor pano cai a nódoa. Agora só falta descobrir se o Gen. Ramalho Eanes também vive em imóvel da autarquia. Recorde-se que ainda há bem pouco tempo renunciou ao seu legítimo direito a uma pensão de reforma com efeitos retroactivos. O que também não deixa de ser uma questão de moralismo e de amuo político. Também aqui o inferno está cheio de boas virtudes.

O "Óptimo de Parente"




"Agora que tanto se fala da mão invisível de Adam Smith faz também sentido lembrar o princípio do “óptimo de Pareto”. Não é que a nossa economia não nos dê muitos bons exemplos da actuação da “mão invisível” agora tão na moda graças ao esforço que Pacheco Pereira tem feito para encontrar fundamentação ideológica para o vazio criado por Manuela Ferreira Leite. Se há economia onde a “mão invisível” está sempre presente é precisamente a nossa, graças a essa mãozinha Belmiro enriqueceu de forma exponencial, Dias Loureiro e Oliveira e Costa tornaram-se banqueiros, o filho de Jardim Gonçalves teve acesso livre ao crédito e muito boa gente vive em casas da Câmara Municipal de Lisboa.


Igualmente importante na fundamentação dos marginalistas é o famoso “óptimo de Pareto” que assegura que “o aumento do bem-estar total recorre nas condições em que alguns melhoram o seu bem estar, sem que ao mesmo tempo, ninguém fique pior”.


Talvez seja tempo de aumentar a nossa auto-estima e afirmar que a nossa economia é um sucesso ainda que não respeite princípio nenhum, apesar disso cresce, já foi um modelo de sucesso, já foi um oásis e agora prepara-se para novas circum-navegações graças ao Magalhães, que já aportou a terras de Chavez.


Se o Marquês Vilfredo Frederico Damaso Pareto estabeleceu um princípio que explica como a economia deixa todos satisfeitos, ficando conhecido como o “óptimo de Pareto”, nós portugueses demos ao mundo um novo princípio de sucesso, capaz de optimizar a distribuição dos bens, é o “óptimo do Parente”.


O caso das casas da Câmara Municipal de Lisboa é um bom exemplo do funcionamento do princípio do “Óptimo do Parente”, em vez de ser o mercado ou regulamentos complexos a distribuírem as casas tudo se resolve de forma eficaz com a intervenção de um “parente”. Se a casa for modesta, algures no Bairro do Castelo é o motorista do vereador que tem um parente a quem a casa daria um grande jeito, se a casa for um Tn na Rua do Salitre ou nas avenidas novas o motorista percebe que é demais para os amigos e é um qualquer vereador, assessor de uma jota ou director que indica um parente a quem o apartamento caia que nem ginjas por uma renda de cento e tal euros. Mais tarde o mesmo parente manifesta o interesse em adquirir o apartamento, coisa que se resolve com dez ou quinze mil euros. Imagine-se a burocracia que se poupa, o dinheiro que os cidadãos não terão de pagar em autárquica e taxas de esgoto, tudo graças às poupanças conseguidas graças ao funcionamento do princípio do “Óptimo do Parente”.


São raros os negócios ou decisões económicas que não comprovem o funcionamento do princípio do “Óptimo de Parente”, desde o cidadão que vai comprar um automóvel a um stand indicado por um parente, aos investimentos em obras públicas que são adjudicadas a empresas onde há sempre um parente, tudo passa pela intervenção de parentes. É por isso que parentes como Jorge Coelho e muitos outros encontram sempre cargos de administradores, para que o princípio funcione com eficácia é necessária a presença de parentes que assegurem uma decisão rápida e eficaz dos mercados.


Nem mesmo o mundo da política escapa à intervenção invisível do “Óptimo de Parente”, até se fala de “famílias políticas” e dentro de cada família os políticos são ordenados segundo grau de parentesco. Por exemplo, quando Menezes liderava o PSD o Pacheco Pereira era um primo afastado, agora que a liderança pertence a Ferreira Leite é tratado como primo-irmão. Dentro em breve teremos mais um bom exemplo do funcionamento do princípio, os candidatos a deputado pelos diversos partidos serão ordenados segundo o grau de parentesco.
Comentário: Pensava que o autor deste interessante editorial iria concluir doutra forma, embora dentro da mesma filosofia económica desse engenheiro dos caminhos-de-ferro italianos. Ou seja, a oposição entre os especuladores e os detentores de rendas corresponde, de certo modo, na esfera económica, à antítese entre as raposas e os leões na ordem política.
Curiosamente, hoje é a própria economia mundial que sofre os terríveis efeitos da especulação financeira, por contraponto aqueles indivíduos que desejam acima de tudo a segurança dos seus bens e vivem apenas dos rendimentos do seu trabalho. Ainda bem que há desvalorizações monetárias e falências, pois doutro modo os detentores de rendas acabariam por possuir um património fabuloso - que até dispensaria pedidos de empréstimo para que a CML saldasse o seu passivo, gerado pelo Santana e pelo Carmona.
Hoje, parece que a CML terá de fazer uma coisa, ou melhor duas coisas simples: passar a aplicar o Regulamento da habitação social da autarquia, a fim de nos assegurarmos que as casas são, de facto, atribuídas a quem as merece; e fazer o mapa do Património da autarquia, que parece que é tão grande quanto indefinível.

Uma boa notícia: CML ganha candidatura ao QREN para execução de pistas cicláveis

Este é sem dúvida um projecto de interesse para Lisboa e para motivar as pessoas a mudarem alguns hábitos, passando a usar e a fruir da bicicleta mais intensivamente, agora em pistas cicláveis próprias. Apenas solicitaria ao Sr. vereador que afecte parte da verba e aproveitasse para mandar substituir aqueles azuleijos de mau gosto que poluem visualmente a cidade. EStamos certos que a Srª vereadora da Educação irá meditar nas virtualidades desta candidatura, aprovada...

CML ganha candidatura ao QREN para execução de pistas cicláveis
812 mil euros é o valor que a cidade de Lisboa receberá do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) para a execução de um conjunto de percursos cicláveis.
O resultado da candidatura proposta pelo Pelouro do Ambiente e Espaços Verdes e aprovada no dia 24 de Setembro de 2008 irá tornar possível executar os seguintes percursos: estabelecimento da continuidade da pista ciclo-pedonal junto aos pupilos do exército; percursos e corredores T01 - Parque Florestal de Monsanto - Parque Urbano da Quinta da Granja; percursos e corredores T02 - Parque Urbano da Quinta da Granja - Quinta Mata Mouros; percursos e corredores T12A - linha caminho de ferro REFER - Alvalade; percursos e corredores T12B - Rua de Entrecampos norte.
A aprovação desta candidatura é considerada pelo Vereador José Sá Fernandes como um “contributo importantíssimo, em termos financeiros, para a concretização da rede de percursos pedonais e cicláveis municipais, que será executada até 2009”.
O anúncio do resultado da candidatura foi feito pelo Vereador José Sá Fernandes no dia 25 de Setembro, por ocasião do início das obras de conclusão da pista ciclável entre Telheiras e Entrecampos, inaugurada no ano 2000 mas interrompida em 2004. A intervenção actual prevê o fecho da malha, num investimento de cerca de 40 mil euros, e a iluminação do túnel Telheiras - Interface de Transportes Públicos. Em processo de lançamento de empreeitada está o prolongamento desta pista entre de Entrecampos e o Parque da Bela-Vista (Poente), cruzando a Av. Roma, seguindo o canal ferroviário. Esta será uma das pistas financiadas pelo QREN.
Ainda neste âmbito, será lançado, até ao final do ano, a ligação Telheiras - Cidade Universitária - Rotunda do Relógio, partindo do troço poente da Pista Ciclável existente em Telheiras, cuja necessidade de reforço de segurança será nesse âmbito equacionada. Quando terminada, a pista entre Telheiras e a Bela-Vista (nascente) terá um total de 5100 m.
Nos próximos meses, serão, ainda, instalados alguns estacionamentos de bicicletas que servem esta infra-estrutura em Telheiras Central, Interface do Campo Grande, parque de estacionamento EMEL do Campo Grande, na Interface de Entrecampos, na Estação CP Roma-Areeiro e dois no Areeiro. Foram já instalados, abrangendo este percurso, nos parques de estacionamento de Entrecampos/Av. 5 de Outubro.
Mapa dos percursos executados ao abrigo do QREN

Cruzamento caótico

Cruzamento caótico


"A Rua Helena Vaz da Silva vem de norte, a Avenida Vasco Gonçalves vem de noroeste, a Rua Arnaldo Ferreira vem de oeste, a Avenida Eugénio de Andrade vem de sul e, por fim, a Avenida Álvaro Cunhal vem de leste.


Todas esta vias se cruzam num só ponto. Não há sinais luminosos nem tão pouco um polícia sinaleiro. O movimento é intenso na hora de ponta da manhã e, consequentemente, o perigo de colisão é constante. Haverá alguma solução para este nó rodoviário da Alta de Lisboa?"


Pedro Veiga – Viver na Alta de Lisboa (via PS Lumiar)

Comentário: Haverá carta de condução para lidar com esta situação?! Ou seja, perante a realidade caótica exposta no vídeo o que deverá fazer a autarquia: colocar uns semáforos no cruzamento, fazer uma rotunda, plantar um sinaleiro à moda do séc. XX ou estudar uma opção alternativa. A palavra é dos técnicos de mobilidade e tráfego de Lisboa.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Lisboa e a importância dos autarcas em Portugal

É já um lugar comum afirmar que as cidades são fortemente influenciadas pela globalização. Por maioria de razão cidades como Lisboa são, em rigor, actores essenciais nesse processo multidimensional que toca todos os sectores da governação da cidade: Ambiente, Educação, Saúde, Urbanismo, Mobilidade, etc...
Também é na cidade que coexistem elevados índices de riqueza e de pobreza, é aí que os contrastes entre os portugueses são maiores e mais evidenciados. Portanto, o papel das cidades assume um grande significado social e político. Ora Lisboa, não foge à regra, é uma cidade-global, caracterizada por grandes graus de desigualdade entre as pessoas.
Um dos objectivos dos autarcas é, naturalmente, governar a cidade com o objectivo de diminuir esse fosso existente entre ricos e pobres, os have e os have nots, aproximar as pessoas pelo seu nível de educação e de bem-estar social e económico. Daí dizer-se que as cidades são agentes políticos e económicos cuja missão é resolver problemas globais na cidade (e não apenas regular o trânsito ou disciplinar o urbanismo), sobretudo aqueles que o Estado - por estar mais distante e não ter vocação - não consegue resolver.
As cidades são, deviam ser, actores com finalidades múltiplas: contribuir para a produtividade e competitividade da nação, promover a integração social e cultural e servir como ponte entre a actividade social, cultural e económica entre pessoas, empresas e organizações em geral.
Lisboa, por ser a capital e se ocupar da elaboração de planos estratégicos a fim de promover a malha urbana e renovar o perfil da cidade - posiciona-se como um actor de 1ª ordem nesse desenvolvimento social e económico.
Talvez seja por essa razão que os presidentes das Câmaras em Portugal, de forma crescente, se estão a tornar em importantes forças políticas. Não apenas na produção das agendas urbanas, mas também como vectores essenciais na definição de verdadeiras políticas nacionais.
O que procuro sublinhar com toda esta "lenga-lenga" é que uma cidade só o é verdadeiramente se ela se conseguir pensar a si mesma e, ao mesmo tempo, valorizar o País como um todo.

"Rigor"



Um diálogo interessante extraído do Câmara de Comuns


Rigor

Caro Filipe,

O que foi o jornal lançado no início de Agosto? As primeiras palavras da capa são inequívocas:

"Prestar contas aos lisboetas".


"Caro Vítor,

Defender paradigmas urbanos datados parece ser a tua tese. Respeito, mas não é minha leitura, pelas diversas razões que referi. E se já aludi ao erro do túnel do Marquês por questões de mobilidade e saúde, posso continuar com as questões do ambiente e património, entre outros. Aliás, basta verificar qual a posição do Poder Local a nível europeu, seja de esquerda ou direita, quando à concepção do centro da cidade, que deve ser para usufruto dos cidadãos e não dos carros.

Quanto à desonestidade de António Costa, por mais que me esforce não vislumbro a sua desonestidade. Afinal, não foi ele que andou a espalhar cartazes na cidade, prometendo mundos e fundos e nada fez.

Será, no teu entender, por António Costa estar a cumprir com o apresentado em 2007 aos munícipes? Isto é ser desonesto? Não, é rigor e responsabilidade".

Conversa da treta



Conversa da Treta

Dois consagrados artistas, José Pedro Gomes e António Feio tiveram a astúcia, na linha daquilo que foi a antiga revista à portuguesa de caracterizar em “Conversa da Treta” o que são os hábitos e comportamentos dos portugueses.

A “Conversa da Treta” constituí um exemplar “chapéu” que assenta especialmente bem a certos políticos da nossa praça.

Assenta bem não só aos políticos já consagrados e rotinados na conversa da treta, cuja aplicação prática ao cidadão comum já pouco importa, como, também serve, até ao grande número de acólitos “Yes mens”, aprendizes e futuros políticos, sempre em crescendo na diminuição de qualidade.

A evolução é, de grandeza, inversamente proporcional entre o número e a qualidade.

Quanto maiores são os rebanhos de aprendizes na conversa da treta maior é a incompetência, e a incapacidade de qualquer pensamento ideológico próprio. Funcionam segundo os ditames de quem lhes dá orientações que, no fundo, é também quem os segura na permanência participativa da conversa da treta completamente improdutiva mas eficaz para os objectivos próprios dos conversadores.

Entre os actores políticos da conversa da treta e os actores José Pedro Gomes e António Feio existe uma pequena diferença; é que aos primeiros o povo diz estar cansado de os ouvir e já afirma não os compreender; enquanto que aos segundos, ainda que falem de certa forma enigmaticamente, o povo compreende-os e gosta de os ouvir.

Mesmo assim, com esta concorrência, creio serem poucos os políticos a que me reporto que se preocupam e tentam inverterem os seus comportamentos. Muitos há que até já se fazem de desapercebidos e desentendidos com estas realidades. Andam palmilhando outra atmosfera planetária. São outros mundos a que pertencem que não o dos comuns cidadãos de quem apenas esperam o voto em períodos eleitorais.

Estão com sorte José Pedro Gomes, António Feio e outros, pois está-se a avizinhar um período que vai ser bastante fértil deste tipo de conversas.

Enfim desculpem lá esta conversa da treta, bem vistas as coisas ainda há um ou outro político que leva as coisas a sério, com rigor e honestidade.

O que os partidos devem debater são os comportamentos dos seus dirigentes e militantes face aos seus compromissos perante o eleitorado, face à boa administração da coisa pública. Se isso não for feito, internamente, de nada valerá qualquer debate que se faça em torno dos Bairros Administrativos em que o Estado Novo dividiu Lisboa ou se as secções do PS devem passar a ser cinco em vez das actuais dezassete.

in PS Lumiar

TEMAS: parlamento e partidos
Publicado por: EBranquinho
Comentário: A linguagem sempre fez o discurso, e ambos estão intrinsecamente ligados à logica do poder. Logo, o discurso político é muito importante, através dele vemos se, de facto, os objectivos dos políticos servem o bem comum, ou, ao invés, é o bem comum que os serve a eles.

Limpeza (dos hábitos) em Lisboa...

Esta imagem picada no Lisboa SOS - reflecte bem - infelizmente - a ainda falta de civismo que afecta alguma parte da população. Seja ela comerciante ligado ao fornecimento de refeições rápidas ou outra qualquer. Assim, nenhuma cidade resiste a manter uma imagem limpa e saudável das suas praças, artérias e espaços verdes.
Mais do que enviar um piquete de limpeza da autarquia, creio que urge alterar hábitos. Enfim, valores e princípios que, antes de mais, se aprendem em casa...

Piscina Municipal da Boavista

in Carmo e a Trindade

in Público.




À semelhança do que acontece com a Piscina do Alvito, em Alcântara, o equipamento nunca chegou a ser estreado, mas a autarquia já anunciou que a abertura será no próximo mês
A Piscina Municipal do Bairro da Boavista, em Lisboa, cuja construção está concluída há três anos, encontra-se ainda encerrada ao público. A situação é "grave", descreve o vereador Pedro Feist (Movimento Cidadãos com Carmona), pois o equipamento encontra-se "em degradação" sendo alvo de "vandalismo", facto confirmado pelo departamento de desporto da câmara. Não sendo situação nova na capital, este caso junta-se ao da Piscina Municipal do Alvito, em Alcântara, também pronta, mas encerrada. Há agora uma diferença entre ambos: a câmara anunciou que a piscina da Boavista deverá abrir no próximo mês.





Processo controverso"A piscina foi construída após um processo bastante controverso, e ainda durante a fase de projecto", adianta a autarquia. O plano inicial, do departamento de desporto, não contemplou a cobertura da piscina, sendo retomado pela Direcção Municipal de Projectos e Obras, que o concluiu e lançou a obra.As dificuldades não ficaram por aqui e, após a recepção provisória do equipamento, em 2006 e depois de 900 mil euros gastos, verificaram-se lacunas nas obras, "umas por não estarem contempladas no projecto, outras por estarem erradas". Situações como a não existência de ramais de comunicações e circulações não permitidas entre o pavilhão e a piscina, explica a autarquia. De acordo com a edilidade, o processo de resolução dos problemas decorreu até Maio de 2008 devido "às dificuldades em responsabilizar o empreiteiro".Opinião contrária é a de Pedro Feist. Para o vereador, que ao tempo dos factos tinha o pelouro do Desporto, "o problema colocou-se na gestão do equipamento" que deveria ter sido entregue à gestão de dois clubes do bairro - o Social e os Águias - aos quais foi sugerida uma fusão que nunca chegou a realizar-se. "Foi feita uma sede conjunta para estes clubes, mas como não se fundiram ficaram sem a gestão de todo o equipamento, que inclui a piscina, o complexo desportivo e um campo de futebol", diz Feist.Para o vereador, o impasse deverá ter durado "três anos". E sendo aquele um "bairro problemático", foi tomada a decisão de dar o nome de Maniche ao complexo, "um filho da terra, de modo a que fosse o sentimento a fazer com que o local fosse protegido do vandalismo". O que não resultou. O passo seguinte foi sugerir uma empresa municipal de gestão, o que ficou "em águas de bacalhau", lamenta o vereador.A autarquia diz que a piscina está abrangida pelo Programa de Apoio à Natação da autarquia, o qual "contempla a possibilidade de ser atribuída a gestão do plano de água a instituições do movimento associativo que apresentem projectos de desenvolvimento da natação em instalações desportivas municipais". De acordo com o departamento de desporto, "decorrem negociações com um grande clube de natação da área envolvente, no sentido de estabelecer as bases de um protocolo que permita a gestão desportiva da piscina. "



Comentário: De facto, seria interessante que o Executivo tomasse devida nota deste problema e o procurasse resolver quanto antes. De resto, o vereador Pedro Feist já levantou a questão.

domingo, 28 de setembro de 2008

A cidade e os animais


UMA IDEIA INTELIGENTE, GERADORA DE "VANTAGENS COMPARATIVAS" ONDE NINGUÉM PENSARIA ENCONTRÁ-LAS...


"Para travar a tendência miserável que muitos portugueses ainda têm para abandonar os seus animais de estimação durante as férias de Verão, a Câmara Municipal de Lisboa tomou uma iniciativa que merece ser saudada. O município lisboeta pôs à disposição dos interessados um banco de contactos de pessoas que se voluntarizam para cuidar dos animais dos outros durante as férias. Em troca, estes cuidadores ganham imediatamente o direito de usufruir dos mesmos serviços sempre que precisarem de deixar os seus animais entregues aos cuidados de outrem.


Era bom que a CML servisse de exemplo para outros municípios. O abandono sistemático de animais no Verão diz muito acerca do nosso (de)grau civilizacional. Estas iniciativas só nos podem ajudar a subir nesta escala a passar da cave para o rés-do-chão."

in Corta-Fitas

publicado por Teresa Ribeiro

Uma foto interessante...


Uma imagem oportuna que traduz (ou traduzia) o ambiente desgovernado das "reuniões multilaterais" nas Necessidades...
Picada no blog Lisboa S.O.S.

Igreja de São Vicente de Fora está fechada por falta de condições de segurança



Lisboa: Igreja de São Vicente de Fora encerrada ao público


A Igreja de São Vicente de Fora, um dos monumentos nacionais da capital, está fechada ao público desde o início de Agosto por falta de condições de segurança, devido a violentas quedas de estuque e argamassa no interior.


No chão da igreja foram recolhidos destroços com mais de um quilo, resultantes do desprendimento de blocos de estuque, argamassa e fragmentos de tijoleira de uma altura de cerca de 20 metros, segundo informação da Direcção Regional de Cultura de Lisboa e Vale do Tejo (DRCLVT) facultada à agência Lusa.


O impacto de uma das derrocadas foi tal que um dos blocos, ao cair, partiu um banco e furou o chão de madeira do altar. Segundo a DRCLVT, as quedas de estuque ocorreram a 26 e 30 de Julho, verificando-se outra na primeira semana de Setembro. O material desprendido espalhou-se pelo Altar Mor e Coro Baixo.

"Os danos verificaram-se em quadros brancos, no pavimento de madeira e na aparelhagem de som. Além disso foi-nos comunicado um ferimento numa colaboradora da Igreja", afirma a DRCLVT numa resposta escrita à Lusa.


Na sequência dos acontecimentos, a DRCLVT solicitou formalmente a 31 de Julho o encerramento do templo, cedido à Igreja para o culto.

A igreja apresenta várias infiltrações, devido ao estado em que se encontra a cobertura, o que originou as derrocadas.

Não é possível prever quando poderão ocorrer novas derrocadas, pelo que a utilização do espaço representa "riscos para pessoas e bens".


Não há previsão de reabertura, mas a Direcção Regional de Cultura apresentou, a 13 de Agosto, uma proposta de intervenção que aguarda apreciação por parte do Patriarcado.


A metodologia de intervenção proposta prevê "medidas imediatas" de acautelamento de segurança para efeitos funcionais, estudos e projectos para reabilitação estrutural, projecto de conservação e obras, tanto no interior como no exterior.

"A Igreja só poderá ser reaberta após acauteladas as condições de segurança", diz a DRCLVT. (...)

Comentário: Parece que desta vez a responsabilidade não é da autarquia, se fosse teria de ser instada a pronunciar-se a e a planificar a necessária intervenção. Seja como fôr, é uma pena aquele monumento tão importante na vida cultural da cidade, pólo de interesse turístico, estar encerrada por falta de condições de segurança.

Fix my street: um mecanismo de resolução de problemas na cidade



Fix my street é já uma forma que os cidadãos têm de reportar arbitrariedades, acções de vandalismo, graffiti, entulho ou qualquer outro problema que ocorra numa rua da cidade e encaminhar essa informação para o serviço competente da autarquia. Que, em função da natureza e urgência do problema, será resolvido pelos serviços competentes.
Este poderá ser um mecanismo de resposta (suplementar) a inúmeros problemas da cidade de Lisboa. Dependerá da forma (cívica) como os cidadãos denunciem esses problemas na cidade e, ao mesmo tempo, da capacidade de reacção dos serviços competentes na resolução desses mesmos problemas comunitários. Desta feita, entre cidadãos e serviços das autarquias - mediados pelos meios tecnológicos disponíveis - muita coisa poderá ser resolvida que não seria sem o recurso às Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Imagine que acorda um belo dia e constata que no piso da sua rua foi derramado óleo que faz perigar toda a circulação rodoviária nessa artéria. Além de ser perigoso e pôr em causa vidas humanas, é um desperdício de energia. Se souber qual o serviço competente que na sua autarquia poderá resolver o problema, bastará um mail, com uma fotografia em anexo para ajudar a perceber a dimensão do problema, e aguardar que o serviço competente da autarquia envie um piquete para resolver esse problema de circulação em segurança na cidade.
Afinal, basta uma boa interacção entre os cidadãos conscientes e as autoridades competentes para resolver pequenos (grandes) problemas que diáriamente ocorrem em qualquer cidade.


Oil Spill on my Street






sábado, 27 de setembro de 2008

Vá de transportes públicos ver a bola!



Vá de transportes públicos ver a bola!, CML

Para acabar com as dificuldades de circulação e com o estacionamento irregular que se verifica nas zonas de implantação dos dois maiores estádios de Lisboa nos dias de jogos, a Câmara Municipal de Lisboa desenvolveu um novo esquema de tráfego e de estacionamento junto aos estádios do Sport Lisboa e Benfica e do Sporting Clube de Portugal, que foi apresentado hoje, 25 de Setembro, em conferência de imprensa.
Este novo esquema de tráfego e estacionamento tem como primeiro objectivo evitar os incómodos causados aos moradores e será já utilizado nos dois próximos fins-de-semana, com a realização do Benfica-Sporting e Sporting-FCPorto, funcionando igualmente como experiência-piloto com vista ao futuro.
Segundo o vereador da Mobilidade da CML, Marcos Perestrello, este trabalho das direcções municipais de Ambiente Urbano e Protecção Civil, Segurança e Tráfego, em conjunto com a Carris, o Metropolitano de Lisboa, a Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), a Emparque, a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a Polícia Municipal, começou com a realização do diagnóstico da situação no local, tendo sido identificados como principais problemas a sobrecarga de veículos nas zonas residenciais, o estacionamento selvagem em passeios, espaços verdes e faixas de rodagem e o consequente congestionamento dos eixos viários.
As soluções apontadas pelo grupo de trabalho vão desde o aumento da oferta de parques de estacionamento ao reforço da rede de transportes públicos que servem aquelas zonas, passando pela instalação de impeditivos físicos de estacionamento (colocação de pilaretes e subida de lancis), pela intervenção na sinalização vertical e horizontal, por diversas medidas de restrição à circulação, para além do reforço policial e da fiscalização ao estacionamento.
Presente na conferência de imprensa, o presidente da CML, António Costa, agradeceu o empenho de todos os intervenientes neste trabalho (autarquia, clubes, polícia, transportadoras e empresas de estacionamento), que, disse, “permitiu uma boa solução para que possamos ter bons jogos na nossa cidade sem provocar o caos no trânsito e incomodar os vizinhos dos dois estádios”.
António Costa prometeu, ainda, ser o primeiro a dar o exemplo já no próximo sábado, indo de transportes públicos para o Estádio da Luz assistir ao Benfica-Sporting, acrescentando que “este é o momento certo para realizar esta operação porque vamos ter quatro grandes jogos nestes estádios”.
O presidente do Sporting Clube de Portugal, Filipe Soares Franco, manifestou “o maior empenho” do clube nesta iniciativa porque “todos têm a ganhar: os cidadãos, os amantes de futebol e a cidade”.
Rui Cunha, vice-presidente do Sport Lisboa e Benfica, também afirmou a disponibilidade do clube para participar em todas as iniciativas que visem “dar melhor qualidade de vida a Lisboa” e lembrou que, ao nível do estacionamento, “o estádio da Luz é o que tem maior capacidade para acolher automóveis”.
Conheça aqui (link) todas as medidas propostas por este grupo de trabalho, os parques de estacionamento gratuitos e/ou a custos reduzidos, o reforço feito pelos transportes públicos nos dias de jogos e a medidas de restrição à circulação e estacionamento nas zonas definidas.


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